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20/04/2011

O Castelo da Pêna e a Demanda do Graal

Pena Demanda Graal

A Última Ceia


4a-FEIRA DA SEMANA SANTA

Livro de Isaías 50,4-9.

«O Senhor DÊUS ensinou-me o que dêvo dizêr, para sabêr dar palavras de alento aos desanimados. Cada manhã desperta os meus ouvidos, para que eu aprenda como os discípulos.
O Senhor DÊUS abriu-me os ouvidos, e eu não resisti, nem recusei.
Aos que me batiam apresentei as espáduas, e a face aos que me arrancavam a barba; não desviei o meu rosto dos que me ultrajavam e cuspiam.
Mas o Senhor DÊUS veio em meu auxílio; por isso não sentia os ultrajes. Endureci o meu rosto como uma pedra, pois sabia que não ficaria envergonhado.
O meu defensôr está junto de mim. Quem ousará levantar-me um processo? Compareçamos juntos diante do juiz! Apresente-se quem tiver qualquer coisa contra mim.
O Senhor DÊUS vem em meu auxílio; quem ousará condenar-me? Cairão todos esfrangalhados, como roupa velha, roída pela traça.»

Livro de Salmos 69(68),8-10.21bcd-22.31.33-34.

Por causa de TI , tenho sofrido insultos,e o meu rosto cobriu-se de vergonha.
Tornei-me um estranho para os meus irmãos, um desconhecido para os filhos da minha mãe.
O zêlo da TUA Casa consome-me , e os insultos dos que TE ultrajam caíram sobre mim.
O insulto despedaçou-me o coração até desfalecer... esperei compaixão, alguém que me consolasse , mas foi em vão ;
Deram-me fel em vez de comida, e vinagre quando tive sede.
Louvarei com cânticos o Nôme de Dêus; hei-de glorificá-LO com acções de graças.
Que os humildes vejam isto e se alegrem, e os que procuram a Dêus , que se encham de coragem,
porque o SENHOR escuta os necessitados e não despreza o seu povo cativo.

16/04/2011

OFIÚSSA , A Terra das Serpentes




D. Manuel Clemente cometêu a imprudência de me convidar para apresentar o seu último livro, “É Êste o Tempo” (Porto, 24 de março). Aqui fica o resultado dessa imprudência.
I. O mêu estímulo perante êste livro é o seguinte: sendo êu um homem de Atênas, como posso compreendêr um homem de Jerusalém? Ou seja, como posso traduzir a linguagem de Jerusalém dêste livro para a minha linguagem ateniense? Em outros livros, D. Manuel Clemente, o bispo, é apenas Manuel Clemente, o intelectual público, o historiadôr, alguém que fala a linguagem da Cidade. Isso não se passa com "É Êste o Tempo", que é mêsmo um resultado de D. Manuel Clemente. Para comêço desta minha traducção de Jerusalém para Atênas, dêvo confessar que, nêste tempo de crise e de urgência, sabe bem encontrar outra respiração. E êste livro tem essa outra respiração, uma respiração mais lenta, fora da pressa da crise, fora da pressa da internet, fora dessa pressa que impede o pensamento que vai além da agenda da semana. Nêste sentido, é engraçado percebêr o seguinte: um livro que está fora do tempo, um livro que não é do aqui e agora tem dentro de si uma boa análise dos problemas do nosso tempo, do aqui e agora.
II. Para os assuntos de Atênas, êste livro tem duas grandes mensagens. Primeira: existe uma crise moral a montante da crise económica; uma crise moral provocada pela cultura pós-moderna que nos apascenta. Segunda: Clemente defende a acção do cristão na Cidade, defende os corpos intermédios da sociedade, nomeadamente a igreja e as suas ramificações. Nêste texto, abordamos apênas o primeiro ponto.
III. À semelhança de outros intelectuais públicos (ex.: Henrique Monteiro), D. Manuel Clemente é claro na defesa de um ponto: a crise económica é o resultado de uma crise de valôres. Concordo e sublinho. Esta crise tem na base um absurdo individualismo (o trabalho é uma opção secundária; o uso doentio do crédito ao consumo) , e este individualismo extrêmo é uma das marcas da nossa cultura pós-moderna. E, antes de avançarmos, deixem-me recorrêr a uma das melhores descrições da cultura pós-moderna que li nos últimos tempos. Em "1810-1910-2010" (Assírio & Alvim), Manuel Clemente descreve a cultura pós-moderna como o reino absoluto do "êu" (nêste sentido, Clemente é parecido com Tolentino de Mendonça) . O pós-modernismo determina que não existe nada superior ao "êu". Tudo gira em redor da imanência do "êu", e, por isso, nega-se a validade de qualquer transcendência. Ou seja, nega-se a validade de qualquer narrativa ou dever ético situado acima do corpo, dos sentimentos e das emoções do "êu". Por outras palavras, a cultura pós-moderna aboliu as narrativas, as modernas e as clássicas. A Pátria, a classe, Dêus, até o Amôr e a Honra são vistas como ficções sem sentido. Aliás, até o Tempo e a Razão são vistos como falsas narrativas que limitam o "êu". A razão (i.e., o argumento, a lógica do raciocínio, o rigor empírico) é suplantada pêlo culto pós-moderno da emoção, do sentimentalismo imediato. Porque é tudo epidérmico, é tudo a corrêr, é tudo sentimental, sem pensamento. O "penso, logo existo" dêu lugar ao "sinto, logo existo". Depois, a própria noção de tempo histórico foi derrubada. Se os conservadores queriam o passado e lutavam por êle, se os modernos queriam o futuro e lutavam por êle, os pós-modernos querem apenas desfrutar um eterno presente de forma hedonista. Não respeitam nem o futuro, nem o passado. Portanto, se a modernidade era como Prometêu, a pós-modernidade é como Narciso. E esta vaidade é demonstrada através do engraçadismo pós-modernista e pelo culto do cinismo) . No fundo, esta cultura pós-moderna (sem passado, sem futuro, sem crenças, sem razão) é o triunfo não dos porcos, mas dos umbigos. 


 III. Mas, na práctica, que formas toma esta crise ética? Para começar, Clemente afirma que uma das causas da crescente desistência religiosa é a seguinte: Deus não está ali para satisfazer o nosso umbigo, não está ali para satisfazêr os apetites do "êu". Ou seja, Deus é a negação total da cultura pós-moderninha centrada em absoluto neste humanismo pobre de "êu" sem acesso a qualquer narrativa, a qualquer transcendência. A par da negação total de Dêus, Clemente critica uma espécie de espiritualidade cherry picking. Todos nós conhecemos amigos que chegam e dizem: "ah, eu gosto desta parte do Budismo, desta parte do Confucionismo, desta parte do Islão, e pronto". Esta é a típica espiritualidade pós-moderninha: as pessoas colocam-se no centro de tudo e depois colocam todas as religiões ao seu dispôr. É como se a fé fôsse uma mera ida ao supermercado das religiões. Para terminar, Clemente põe o dêdo noutra ferida: muitos católicos querem a Igreja apênas para as fotografias do casamento e dos baptizados.
IV. Ora, tôda esta cultura pós-moderninha não tem apenas efeitos intelectuais, morais e religiosos. Tem efeitos na práctica. Tem efeitos económicos. "Não devêmos esquecêr a conotação moral da presente crise", diz Clemente. E, atenção, não estamos apenas a falar dos Madoff. Criticar essa ganância criminosa é fácil. O difícil é alargar a crítica a toda a gente, ao individualismo geral que existe na sociedade. O difícil é dizêr que (quase) toda a gente é culpada pela crise. Porque êste indivíduo pós-moderno analisado por Clemente consome de forma descontrolada através do crédito. Pior ainda: dada a facilidade do crédito, este indivíduo perdeu a noção de que o dinheiro nasce do trabalho, e não do crédito. Se há crianças que julgam que as galinhas são ali feitas no supermercado, ou que as alfaces já vêm assim dentro de plástico, há adultos que acham mêsmo que o dinheiro nasce ali nos cartões de crédito. Ou seja, esta voragem do crédito (a causa do nosso presente buraco) é a versão económica da cultura pós-moderna: o "eu" pós-moderninho exige a satisfação imediata dos sêus desejos no aqui e no agora, e, por isso, encara a poupança como uma espécie de intolerável tirania. A ausência de poupança em Portugal revela cômo o egoísmo do presente anulou, por completo, o respeito pelo futuro, pelas gerações futuras. Nós estamos onde estamos porque esta forma de estar passou a sêr o padrão, tanto das famílias como do Estado. O indivíduo pós-moderno gasta o que tem e o que não tem, e, acima por cima, exige que o Estado gaste o que tem e o que não tem.

Henrique Raposo
In Expresso (A tempo e a desmodo)
15.04.11

06/04/2011

O ELMO de D.SEBASTIÃO REGRESSA ao SEIO da PÁTRIA I




Elmo de D. Sebastião recentemente adquirido por Rainer Daehnhardt



Com a publicação da notícia pelo Projecto Apeiron neste espaço assistiu-se a um fenómeno nunca pensado: a notícia da aquisição do Elmo de D. Sebastião "ganhou asas próprias espalhando-se por centenas de blogues e facebooks". A partir daí tudo se despoletou e as reações foram as mais variadas. De entre muitas outras destacam-se duas: D. Duarte Pio, Duque de Bragança, que ofereceu ajuda financeira a Rainer para fazer face às despesas de aquisição. Idêntica reacção de ajudar foi Raimundo Maurício. A cadeia de solidariedade financeira para com Rainer continuou e muitos ofereceram-se para ajudar. Rainer Daehnhardt declina tal ajuda financeira, pois quando algo grande "cai" nas nossas mãos , os céus ajudam os mais audazes.
As mensagens que se foram avolumando à volta desta notícia levou à ideia de se criar um GRUPO DOS AMIGOS DO ELMO. Este levou a uma nova onde de adesão e transformou-se no que chamaram de NÚCLEO DOS AMIGOS DO ELMO.



Arrancou então a 1ª fase desta onda.


NÚCLEO DE AMIGOS DO ELMO
As 3 fases cronológicas do nascimento



- Fase 1 -

Em Setembro de 2010

Rainer tem informações acerca de um elmo milanês quinhentista que vai
ser vendido em fins de Novembro num leilão em Londres.


Entre o mês de Setembro e Outubro

Rainer tem acesso a fotografias do elmo antes da saída do catálogo e
estuda o elmo devidamente.

No início de Novembro

o catálogo do leilão é publicado e enviado internacionalmente. Nesta
altura Rainer já não tem dúvidas em poder atribuir justificadamente o
elmo como tendo pertencido à armadura mandada fazer em Milão para o
DUQUE EMANUEL PHILIPE DE SABOIA, que a ofereceu ao nosso Rei D. Sebastião, conforme ficou demonstrado através do quadro de D. Sebastião atribuído a Cristóvão de Morais, existente no Museu Nacional de Arte Antiga e alguns elementos soltos da mesma armadura, que foram parar ao Arsenal Real do Exército de Lisboa, à armaria do Duque de Alba, à colecção Pouilhac, à colecção William Randolph Hearst, à colecção Kienbusch, à Real Armeria de Turim e ao Musée de l’Armée de Paris.



28.01.2010 – Noite da chegada do Elmo
Foto Dra. Graça Canelhas

A 23 de Novembro de 2010

Rainer informa Eduardo Amarante que dentro de 24 horas vai ter que
tomar uma decisão difícil, que pode parecer louca para muitos,
mas que Rainer sente que deve tomar. Eduardo Amarante anima Rainer
dizendo que é precisamente nos momentos difíceis que se cristaliza a pureza do espírito e que tem a certeza que o que Rainer fará estará certo.

No dia 24 de Novembro de 2010

Rainer compra o elmo no leilão de Londres arrematando-o por licitação telefónica, sem que alguém se tivesse apercebido da importância da peça. No momento da aquisição Rainer não tinha dinheiro, nem sequer estava em vias de receber. Sentiu que O ELMO TINHA DE REGRESSAR A PORTUGAL e acabou por ser meramente a ferramenta útil que possibilitou o retorno do elmo do DESEJADO.
Uma hora depois da aquisição, Rainer menciona a mesma num almoço com amigos seus, oficiais superiores da armada. Um deles coloca a notícia no seu blogue www.nrpcacine.blogspot.com

Ainda no dia 24 de Novembro Rainer informa Eduardo telefonicamente acerca da vitória do elmo ser agora nosso e poder finalmente regressar a Portugal.


No dia 25 de Novembro

Rainer envia seu texto acerca da aquisição a Eduardo Amarante.

Eduardo Amarante coloca o texto imediatamente tanto no seu facebook como no seu blogue
www.projectoapeiron.blogspot.com.

A partir daí a notícia ganhou asas próprias espalhando-se por centenas de blogues e facebooks. Isto, por sua vez, causou um despoletar imediato das mais diversas reacções.

Nessas destacam-se duas por oferecerem individualmente ajuda financeira para Rainer poder fazer face às despesas da aquisição.
Que histórias pode o Elmo contar-nos?



A 1ª pessoa que entrou em contacto directo com Rainer neste sentido foi D. Duarte Pio, o Duque de Bragança (Rainer tinha informado o Duque, por correio electrónico, no próprio dia, após a aquisição).

A 2ª pessoa que tomou idêntica atitude, desta vez através do facebook de Eduardo Amarante, foi Raimundo Maurício.


Ao exemplo de Raimundo Maurício seguiu um número crescente de pessoas, (via facebook de Eduardo Amarante e por este animado) que se ofereceram para também ajudar financeiramente.

Passo a passo seguem-se as mensagens cada vez mais animadas no facebook de Eduardo Amarante, sempre acompanhadas pelos comentários altamente positivos e estimulantes de Eduardo Amarante, ao ponto de surgir a ideia de se criar um GRUPO DOS AMIGOS DO ELMO.

Este levantou nova onda de adesão e transformou-se no que chamaram de " NÚCLEO DOS AMIGOS DO ELMO ".




Artigo de Flávio Gonçalves em O Diabo, dia 8 de Fevereiro de 2011, 
sobre o regresso do Elmo de D. Sebastião.

- Fase 2 -

De seguida entraram em contacto com Rainer para saber o seu parecer
acerca da criação de uma associação deste nome com o fim de ajudar
pecuniariamente a Rainer com a aquisição.

Os que então já se consideravam membros deste núcleo em formação e com a disposição de ajudar monetariamente receberam então por via facebook de Eduardo Amarante a mesma resposta que Rainer já tinha dado ao Duque de Bragança.

Rainer agradece o gesto, reconhece com alegria no coração a boa vontade
demonstrada, mas informa que NÃO é RAINER QUE NECESSITA DA VOSSA AJUDA, mas é PORTUGAL! A decisão da aquisição foi de Rainer e vai ser ele que deve e vai encontrar solução. Rainer informa que não deseja receber dinheiro de ninguém, mas acha que a boa vontade demonstrada deve ser dirigida para ajudar Portugal. A seu ver, um " NÚCLEO DE AMIGOS DO ELMO" pode perfeitamente juntar pessoas que se unem à volta do mesmo ideal.

Por esta altura surgiu uma pergunta lançada por uma senhora no facebook de Eduardo Amarante: "como uma pessoa, que não é portuguesa, se pode interessar tanto por Portugal?"

A resposta a esta pergunta (que tem razão de ser) acabou com uma declaração muito simples, mas explosiva, contida em apenas duas palavras: " AMO PORTUGAL!"

Estas duas palavras, assim "escarrapachadas" no preto e branco, levantaram nova onda de emoções. Respostas houve, onde leitores não apenas se admiraram como uma pessoa pode assumir este amor de forma tão pública, mas que concordavam em pleno com esta afirmação, fazendo questão de também a assumir publicamente.

Uma vez terminada a fase UM, denominada do GRUPO DOS AMIGOS DO ELMO (pela não aceitação de ajuda financeira por parte de Rainer), cresceu a fase DOIS.

Nesta reencontraram-se muitos membros da fase UM, porque concordavam unir-se em ajudar, não ao Rainer, mas a Portugal, tendo sido o aparecimento do elmo do Desejado a despoleta uma vontade comum existente em todos.

Tendo sido Raimundo Maurício quem mais se empenhou na formalização e legalização do então já chamado "Núcleo", indo ao ponto de preparar estatutos e idas ao notário, como a abertura de uma conta bancária, coube-lhe também o direito de formar um pedido de peso. Que Eduardo Amarante e Rainer Daehnhardt formassem parte.

Foi nessa altura que Rainer respondeu, que gostaria que quem amasse Portugal o declarasse por escrito. Esta seria a condição única para, a seu ver, se poder fazer parte do "NÚCLEO DOS AMIGOS DO ELMO". Mais declarou que era seu desejo que todos estivessem juntos como iguais entre iguais, que não haveria nem  títulos, nem tesoureiros, nem contas bancárias, nem burocracias, e que todos deveriam juntar-se como SERES LIVRES, juntos apenas pela vontade comum de AMAR PORTUGAL, de colocar este sentimento acima dos interesses pessoais e de ajudarem quando livremente quiserem e dentro do que lhes for possível.

A comunicação deste rumo levou à nova onda de adesão. Esta já incluía abertamente tanto Eduardo Amarante, Raimundo Maurício, como Rainer Daehnhardt. Todos declararam por escrito que AMAM PORTUGAL e que colocam este sentimento acima dos seus interesses pessoais.

Estas afirmações despoletaram mais uma onda de adesões chegando-se agora à fase TRÊS.

Nesta tem de haver uma certa disciplina, mesmo no total voluntariado. Torna-se necessário separar o trigo do joio. Não haverá títulos, nem dinheiro. O que se torna necessário é a formalização do desejo de pertencer ao "NÚCLEO DOS AMIGOS DO ELMO " por preenchimento de um formulário extremamente simples, mas de grande peso.

Já não conta apenas o bater nas teclas de um instrumento de comunicação electrónica.

O que passa a ter peso, isso sim, é o valor ancestral da PALAVRA DE HONRA DADA!


Quem afirmar, por sua honra, que AMA PORTUGAL e que coloca este sentimento acima dos seus interesses pessoais, pondo a sua assinatura nesta declaração histórica (num momento crucial da Pátria e, por isso, de grande relevo para as futuras gerações) é como quem se ergue no meio de uma multidão adormecida e grita " PRESENTE" porque a Pátria a isso o pede.

Muitos haverá que não desejam assinar esta declaração, porém sem a mesma ficarão excluídos.


Só vai ter nas suas mãos o elmo recuperado (que, segundo o que os últimos estudos assim indicam, muito provavelmente, foi precisamente o exemplar por D. Sebastião usado e perdido na campanha de África) quem por escrito, com a sua assinatura no papel, assumir o seu Amor por Portugal.

Quem se esconder atrás do anonimato e não pedir, assinar e devolver a declaração, acaba por se auto-excluir e não será convidado a participar no que se está a preparar para o regresso do elmo, nem será informado como, sem transferências pecuniárias, pode ajudar significativamente Portugal.


Rainer Daehnhardt, 13-12-2010

O ELMO de D.SEBASTIÃO REGRESSA ao SEIO da PÁTRIA

--- NOTÍCIA DE ÚLTIMA HORA ---


O ELMO DE D. SEBASTIÃO
É dia 24/11/2010, são 11 horas. Começa um leilão de obras de arte em Londres. Entre elas encontra-se um elmo de D. Sebastião. A grave crise mundial fez muitos venderem objectos herdados que nem sabiam bem o que eram. Os leiloeiros estão tão atarefados, que nem tempo têm de estudar devidamente o que lhes passa pelas mãos. Assim surgiu, no mercado internacional, este elmo rapinado pelo Duque de Alba em Lisboa, em 1580. Espero que passe despercebido! Em tempos já consegui adquirir e trazer de volta a Portugal uma boa parte de uma das armaduras de D. Sebastião. Tinha sido classificada como sendo do Duque Emanuel Filiberto de Sabóia (casado com a Infanta D. Beatriz de Portugal), o que aliás está correcto. Não tinham, porém, visto o quadro no Museu das Janelas Verdes que mostra D. Sebastião utilizando esta armadura que lhe foi oferecida pelo Duque de Sabóia, seu primo, que, com mais 26 anos de idade, já não cabia nela e ofereceu-a a D. Sebastião.
Mantive-me calado! Não disse a ninguém que o elmo de D. Sebastião iria a leilão em Londres. Também dizer para quê? As nossas “Entidades Oficiais” não iriam mexer um dedo para o recuperar! Apenas acabaria por alertar os museus estrangeiros e os leiloeiros. Estes sabem muito bem que uma peça de armadura atribuível a um Duque importante vale, pelo menos, 10 vezes mais do que a mesma sem essa atribuição. Quando a peça é indiscutivelmente atribuída a um monarca, o valor é 20 vezes superior. Mas quando se trata de D. Sebastião, a peça tem simplesmente de regressar a Portugal. Haja manhã de nevoeiro ou não. Estando o Desejado nele ou não!
Se alguém descobrir, vai ser uma desgraça financeira para mim. Encontro-me praticamente sem vintém. Mas, o elmo tem de voltar! A minha conta bancária está vazia. De pouco me ajudaria vender o meu carro. Tem 25 anos e ainda me presta bons serviços. De qualquer maneira, o elmo vai custar o equivalente a muitos carros. Não sei o que fazer. Com lógica não chego lá. Tenho de me deixar guiar pelo subconsciente, e este diz-me: “O ELMO DE D. SEBASTIÃO TEM DE REGRESSAR A PORTUGAL!”
Não fui a Londres, uma vez que a minha presença neste leilão faria algumas pessoas pensarem e eventualmente acordarem.
Pedi para a leiloeira me telefonar.
Em Londres já estão a vender as primeiras peças no leilão. Tenho o catálogo sobre os joelhos, sentado ao lado do telefone. Da nossa televisão só oiço os berros de mais uma greve geral, totalmente inútil, onde políticos e sindicalistas fazem o seu circo perante as câmaras dos média, vermes do sistema. Se houvesse entre eles alguém que realmente estivesse empenhado no bem de Portugal, essa pessoa estaria a esta hora em Londres a fim de trazer o elmo de D. Sebastião de volta. É preciso defender a identidade lusa e esta mantém-se quando se ama Portugal e a sua história, e não com malabarismos vocais e movimentos de massas arrancadas do trabalho.
Se eu tiver a sorte de, nem o Musée de l’Armée de Paris, nem a Armeria Real de Turim, nem o museu de Filadélfia – visto todos eles possuírem alguns elementos desta armadura, desejando certamente completá-la –, se darem conta de que este elmo lhes faz muita falta, ainda assim é necessário ultrapassar os comerciantes, sempre à procura de lucro fácil. Aí, tenho a “sorte” do elmo ter um pequeno furo (menor do que uma moeda de 1 cêntimo), o suficiente para muitos não o quererem. Este buraquinho não altera em nada a importância histórica da peça, mas apenas o seu momentâneo valor comercial, enquanto não se tiverem dado conta de que se trata de um elmo de um duque, oferecido a um rei. AO NOSSO REI!
Tenho os nervos à flor da pele. O telefone vai tocar dentro de instantes. O que é que vou ter que dar em troca para poder pagar esta factura choruda? Não sei! Depois se verá. O ELMO TEM DE VOLTAR !
Não vai haver férias nem presentes de Natal, e mesmo estes cortes não vão ser suficientes. Mas O ELMO TEM DE VOLTAR!
O telefone toca. O elmo vai à praça! Dou uma ordem: “COMPRE!”.
O martelo do leiloeiro bateu!
O ELMO DE D. SEBASTIÃO VAI VOLTAR A PORTUGAL.

Rainer Daehnhardt

DESCOBRIR o ENDOVÉLICO

Na Rota do Endovélico (Alentejo)

O concelho do Alandroal, em pleno Alentejo profundo, onde encontramos vestígios de lugares mágicos dedicados à mais importante divindade da Lusitânia Romana, era há dois mil anos um forte centro de peregrinação. Actualmente, aguarda a sua revalorização, mas, entretanto, poderemos partir à aventura da sua descoberta.

A região dedicada ao deus Endovélico constituía o locus sacer mais famoso da antiga Lusitânia do meio-dia. Esse santuário da Natureza era percorrido e vivificado pela ribeira do Lucifecit (a tradição liga-a a Lúcifer, aquele que traz a Luz) que serpenteava pelos vales sagrados recordando a água luminosa que purifica, mas também o rio mítico que dá acesso ao «outro mundo».
Num raio de vários quilómetros, existem várias «fontes santas» relacionadas com capelas cristãs que evocam o papel das águas lustrais, purificadoras e terapêuticas, no âmbito da religião praticada neste bosque sagrado.
 
Por outro lado, não nos podemos esquecer de que a ocupação humana neste território remonta a centenas de milhar de anos (Paleolítico Inferior), de acordo com os vestígios encontrados nas margens do Guadiana. Também foram descobertas nesta região várias habitações antigas e monumentos megalíticos de povoados datados desde o período Neolítico até à chamada Idade do Ferro, ou seja, do V ao I milénio a. C.
 
Estamos, portanto, a falar de uma região especial, com muitos lugares sagrados que ainda hoje emanam uma fortíssima energia tipo yang. Os antigos habitantes desta zona parecem ter tido uma especial predilecção pelas colinas rochosas que emergem dos montes, estando localizadas muitas vezes junto à ribeira do Lucefecit.
 
Santuário Rocha da Mina
É numa escarpa rochosa que se encontra o santuário da Rocha da Mina emergente num pequeno mons sacer ladeado em U (o que dá ao monte a forma de uma pequena península) pelo curso de água do Lucifecit que assim o delimita magicamente.
Certos autores consideram que este santuário rupestre poderá ter sido o templo primitivo dedicado ao deus Endovélico. É o único local do género conhecido a sul do Tejo.
 
Da última vez que lá estivemos, o nosso amigo José Fialho referiu-nos o local de entre duas escarpas no cimo do monte onde começaria um caminho subterrâneo hoje entaipado que passava por baixo da ribeira de Lucefecit. Ou seja, era um túnel iniciático cuja passagem por debaixo do rio evoca a passagem ao «outro mundo», o que está de acordo com a simbologia de uma divindade concomitantemente solar e infernal, portanto iniciática.
 
Outeiro de S. Miguel
No outeiro de S. Miguel da Mota, a poucos quilómetros deste santuário primitivo, construiu-se na época romana um novo templo consagrado a esta importante divindade pré-latina. No local, os Alanos terão construído um santuário dedicado a S. Miguel; os muçulmanos transformaram a igreja em mesquita e, com a reconquista cristã, a construção voltou a ser transformada em templo cristão. Em 1559, o templo de Endovélico ainda devia estar mais ou menos bem conservado quando o Cardeal Dom Henrique (o inquisidor de má memória) mandou remover do local 96 colunas de mármore para serem empregues no Colégio do Espírito Santo de Évora.
 
Posteriormente, o duque de Bragança, Dom Teodósio I, a quem devemos a primeira recolha epigráfica, mandou levar muitas preciosidades do templo para o Mosteiro de Nª. Sr.ª da Graça e para o Palácio de Vila Viçosa. Do edifício em si apenas chegou até nós uma plataforma quadrangular. Segundo Leite de Vasconcelos, recorriam a este templo pessoas de todos os estratos da sociedade romana, o que nos parece verosímil.
 
Tendo em conta os dados arqueológicos disponíveis, o fortíssimo impacto que este culto teve na época e a magia do lugar onde o templo se encontrava – num monte em cujo sopé passava a ribeira do Lucefecit, uma área há muito sentida como sagrada –, parece-nos interessante a relação estabelecida por Lambrino com o Templo de Apolo em Delfos, onde estava o omphalos, o «centro ou umbigo do mundo» da Grécia antiga. Píton era uma serpente terrífica que guardava um antigo oráculo.
 
Não escamoteamos que Apolo é, por excelência, um deus solar, uma divindade da Luz, e Endovélico, um deus ctónico, que faz a ligação com o «outro mundo». Mas a Luz está presente na toponímia da região, não apenas através de Lucefecit mas também do lugar de Sta. Luzia, onde se encontra um dólmen, com corredor, de considerável monumentalidade. E, não muito longe, como nos recorda amiúde o nosso amigo e historiador Pedro Gomes Barbosa, encontra-se a Aldeia da Luz e o «Caminho dos Espíritos».
 
Igreja Fortaleza de Terena...
Ainda no concelho do Alandroal, e a poucos quilómetros destes lugares, encontra-se a Igreja-fortaleza de Nª Sr.ª da Boa Nova, junto à povoação de Terena. É uma edificação única no género em Portugal. A sua planta tem a forma da cruz grega, com os quatro braços iguais. Poderá ter uma influência orientalizante, pois recorda automaticamente a Igreja de São Jorge de Lalibela, da Etiópia, construída no século XII, cuja planta também é uma cruz de braços iguais.
 
 .... Vila Viçosa e Estremoz
O visitante, no regresso, poderá vir a Vila Viçosa, onde para além de visitar o seu célebre Palácio dos Duques de Bragança, a célebre Porta dos Nós e o castelo, pode observar o enigmático cruzeiro do Carrascal que se encontra em frente e a eixo da Igreja da Nossa Senhora da Lapa, foi construído na primeira metade do século XVI.
 
Este cruzeiro manuelino é muito singular e de um simbolismo mistérico muito profundo. Do lado da cruz, onde normalmente estaria a representação antropomórfica de Jesus Cristo, estão apenas esculpidas as chagas, através de um desenho que recorda a pata de ganso. Este Cristo gnóstico, livre das ataduras humanas, transforma-se num animal fabuloso e alado que se entrelaça no cruzeiro. Este animal tem cabeça de dragão, asas de morcego e corpo de serpente. É uma serpente-dragão alada e está virada para oriente. Tem esculpidos 10 furinhos, numa sequência tripartida (3, 5 e 2), e é um símbolo da sabedoria primordial e do renascimento iniciático, é um Cristo ressuscitado. Tem, como modelo, o signo milenário da serpente enlaçada no tau, um claro emblema dos Mistérios.
 
Para finalizar o périplo, propomos a visita ao Castelo de Estremoz onde se encontra a bela Torre de Menagem, lugar intimamente ligado à história da Rainha Santa Isabel.
 
Paulo Alexandre Loução
Autor de «Portugal Terra de Mistérios»
Coordenador da Nova Acrópole de Lisboa

05/04/2011

Eu Creio !

Crê firmemente em Dêus !
Quando contemplares  o desabrochar duma Flôr - Crê em Dêus .
E quando escutares um Pássaro a Cantar - Crê em Dêus .
Quando a Brisa soprar na tua janela - Crê em Dêus . 
E quando vires um Regato a corrêr por entre as Ervas - Crê em Dêus . 
Quando Olhares para o Azul do Céu - Crê em Dêus . 
E quando tiveres a Graça de Abraçar uma Criança - Crê em Dêus . 
Crê e Agradece a Dêus por tôdas as Graças que Recebes em cada Dia !
(traduzido do brasileiro : COMEÇA O DIA FELIZ / J.S.NOBRE) 

04/04/2011

 http://www.transcudania.com/

 Para comemorar o dia da Terra (22 de Abril de 2011) a Transcudânia  e o Núcleo da Quercus Guarda organizando o evento Saída  "Pé n'A Terra", no  dia 23 de Abril no percurso do Espírito Santo na Serra da Malcata.

Vai ser um percurso de duas horas para registar toda a biodiversidade existente neste percurso.
Venha dai, traga a máquina fotográfica e guias, vamos aprender uns com os outros e descobrir a biodiversidade da serra.....

Inscrição é gratuita mas obrigatória para podermos esperar no local de encontro.

~ Cruz e Ferro - São Frei Nuno de Santa Maria ~ ~ No Tempo em Que A Igreja Católica Em Portugal, Era A Igreja Cristã de Portugal ~

A pátria não se discute, nem se condiciona a acordos e juramentos; está acima dos direitos dos homens. Se for necessário mudam-se as const...