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26/09/2020

O Das Quinas...




Os deuses vendem quando dão.

Compra-se a glória com desgraça.

Ai dos felizes, porque são

Só o que passa!

Baste a quem baste o que lhe basta

O bastante de lhe bastar!

A vida é breve, a alma é vasta:

Ter é tardar.

Foi com desgraça e com vileza

Que Dêus ao Cristo definiu:

Assim O opôs à Natureza

E Filho O Ungiu.


(Mensagem: Primeira Parte/Brasão

I - Os Campos/Segundo

Fernando Pessôa)

16/09/2020

O Milagre da Nazaré: Dom Fuas Roupinho e em Como A Nossa Senhôra o Salvou


Estamos no Tempo das Lindas   Festas da Nazaré que acontecem anualmente no Sítio da Nazaré, desde a Idade Média, para comemorar o Milagre de Nossa Senhora da Nazaré que, a 16 de Setembro de 1182, salvou o Cavaleiro Tempário Português, D. Fuas Roupinho, de uma queda mortífera do cimo do promontório da Nazaré(O Sítio).


No entanto, em algumas localidades de Portugal, começam a Celebrar-se a 8 de Setembro.

 Tal como acontecêu no Dia 13 de Maio com a PROIBIÇÃO(1)dos Peregrinos rumarem á Cova da Iria e lá se juntarem, também agora, a Maçonaria(repúplica),os Inimigos de Cristo, da Nossa Senhôra e da Terra de Santa Maria, Portugal, se preparam para PROIBIR esta Romaria Nacional e tôdas as Outras que se realizam de Norte a Sul de Portugal na época de Verão...(2) 
Muito ao contrário do que a mêsma Desinformação Ateia e Maçónica (3) que  pretende Destruir A Terra de Santa Maria propagandeia de forma muito "habilidosa" e cínica, sempre e onde  pode, acêrca dos Milagres e das  Aparições da Virgem Santíssima ao longo da  História em Portugal, dizendo que , ou são "lendas" ou "crendices" , a verdade é que Não é por acaso, que  Portugal é Cognominado dêsde a Sua Fundação de A Terra de Santa Maria.




E quer êsses Inimigos queiram, quer não, seja o que fôr que façam para Impedir a Manifestação do Espírito da Pátria que é Cristo, que é Santa Maria, A Vontade de Dêus ,Suprêma, Realizará a Elevação Espiritual de Portugal pela Comunhão do Pôvo com o Sêu Santo Espírito.




Sempre houve Aparições e Milagres da Nossa Senhôra em Portugal, e muitas das Suas Aparições ficaram desconhecidas ou caíram no esquecimento popular, mas mêsmo assim, muitas outras são Celebradas Popularmente  há séculos por êsse Portugal afora.
Os Templários, uma Criação  de São Bernardo do Claraval , profundamente ligado ao nosso Rey Fundadôr , Dom Afonso Henriques, criaram Portugal, como A Sua Nação do Templo.
Os Templários tinham como sede principal,  Portugal, ao contrário do que a manipulação maçónica da História nos "conta"...êles eram (e são) grandes devotos da Virgem Santa Maria...


É o caso da Aparição e Milagre de Nossa Senhôra da Nazaré e esta publicação tem o Objectivo de, não só Amar / Louvar a Nossa Senhôra da Nazaré e Mostrar o Herói / Patriota Esquecido, mas de DESLENDIFICAR êsse  Facto Sagrado Histórico-Religiôso que aconteceu no século XII em Portugal.





I

Considerêmos o seguinte: Por tôdo o lado na rêde(net) ao  nos deparamos com O Milagre da Nossa Senhôra da Nazaré, o Acontecimento, que está devidamente  Registado nos Anais da História de Portugal, embora de forma localizada (Nazaré), é referido como "a Lenda" da Nazaré.
Afirmêmos e coloquêmos os Pontos-Nos-Is Definitivamente no Caso do Milagre da Nazaré:


NÃO É UMA LENDA! 

É UM ACONTECIMENTO HISTÓRICO!





E É Um Acontecimento Histórico, porque existem suficientes registos Histórico-Religiosos, sejam Escritos ou Documentais, sejam em Artefactos, para assim o considerarmos.
Tendo Esclarecido Definitivamente êste ponto, passêmos ao Herói do Acontecimento.


II

DOM FUAS ROUPINHO


Êste Acontecimento Histórico-Religiôso de Portugal, têve como personagem principal , o Nobre Fidalgo e Herói de Portugal , Dom Fuas Roupinho,  na verdade , o Cavaleiro Fernão Gonçalves Churrichão, o Farroupim,  um dos mais próximos Companheiros d'El-Rey  Dom Afonso Henriques, por êste nomeado Almirante da 1ª  Esquadra Portuguêsa, Herói de Portugal, que foi Abençoado pela Mãe do Céu, de Quem era muito devoto, com um Milagre que lhe salvou a vida e a do sêu fiel ginête.


As Naves ou Barcas! As primeiras embarcações de Guerra Portuguêsas, que óviamente , não nascêram do acaso, isto é, não fôram criadas por El-Rey Dom Afonso I na altura( no momento) em que foi preciso criar uma Esquadra de Guerra.São antes uma evolução natural com adaptações consecutivas de embarcações Ancestrais de Povos que numa primeira fase invadiram a Cónii-Lusitânia, mas que depois se estabelecêram e por cá ficaram como parte Genética e Cultural do Pôvo Português.



« ... É, Dom Fuas Roupinho, que na terra
E no mar resplandece juntamente,
Com o fôgo que acendeu junto da Serra
De Abila, nas galés da Maura gente.
Olha como, em tão justa e santa guerra,
De acabar pelejando está contente:
Das mãos dos Mouros entra a feliz alma,

Triunfando, nos Céus, com justa palma. ... »

( in Os Lusíadas, Estrofe 17 do Canto VIII
de Luís de Camões)



E com estas palavras querêmos, não só Lembrar êste(entre muitos outros!) deliberadamente esquecido(pelo regime actual) Herói de Portugal, como ANULAR o insulto á sua memória de o "catalogarem"(os Inimigos de Portugal e principalmente os Traidôres que, infelizmente para Portugal, cá nascêram.) como "pirata"...

Piratas eram os da Moirama que vinham de Marrocos assolar as Costas Portuguêsas, atacando vilas e povoações piscatórias(principalmente) pilhando as riquêzas, matando, violando e levando Portuguêses/as como escravos/as.

Almirante Dom Fuas Roupinho


O que o Nosso herói fez, foi, nem mais, nem mênos, do que retribuir a "visita" e dar-lhes a provar do mêsmo venêno na terra dêles, reavendo muitas das  riquêzas que os Corsários tinham levado de cá, assim como, sempre que possível, resgatar os/as Portuguêses/as que tinham sido daqui levados/as.



Defendêr aquilo que é (d)uma Nação e fazêr pagar caro a quem nos fez mal, não é sêr Pirata, mas sim Patriota!
 Um Pirata é um indivíduo que não tem, nem Pátria , nem escrúpulos, e Dom Fuas Roupinho era precisamente o Contrário.
Era Um Português que servia El-Rey de Portugal e portanto, Patriota.
Foi nomeado por El-Rey, Almirante da Esquadra Portuguêsa e fez pagar Caro a quem nos atacou, em Defêsa de Portugal e dos/as Portuguêses/as.



A Crónica de 1419


Há  Dois capítulos da Crónica de 1419 ( atribuída a Fernão Lopes)


                                                             que são consagrados aos feitos de Dom Fuas Roupinho, que era, segundo a mesma Crónica, o senhôr de Pôrto-de-Mós.
De acôrdo com esta compilação, “Gani”, rei da terra “onde ora he Cárceres e Valemça”, acompanhado do seu irmão, liderou uma expedição em terra de Cristãos, atingindo o seu exército o têrmo de Pôrto-de-Mós.  
Ao tomar conhecimento da aproximação dos Muçulmanos, Dom Fuas Roupinho decide abandonar o local, deixando aí homens que pudessem defendêr o Castelo, e esconde-se na Serra “que chamavom da Mondêga”. Daqui envia, de seguida, uma mensagem aos habitantes de Alcanêde e de Santarém, na qual lhes pede que o auxiliem no combate contra o rei Muçulmano que se dirige a Pôrto-de-Mós. Os Mouros investem sôbre o dito Castelo, convencidos de que a tarefa a que se propunham seria fácilmente concretizada, enquanto que os homens que estavam escondidos com Dom Fuas Roupinho o aconselham a que vá imediatamente em socôrro do sêu Castelo. O nobre Português dirige então um discurso aos sêus homens, em que lhes expõe o seu plano, o qual consistia em esperar pelo anoitecêr, e quando os inimigos se encontrassem entorpecidos pelo sôno, acometê-los nessa altura. Por fim, o plano de Dom Fuas Roupinho foi cumprido, obtendo os Cristãos a victória e aprisionando o rei Gani e o seu irmão, a 22 de Maio de 1218, de acôrdo com a indicação da Crónica. Ambos fôram levados a Coimbra e apresentados perante El-Rei Dom Afonso Henriques, que outorga muitas “merçees”a Dom Fuas Roupinho, em consideração pelo sêu feito.A Crónica prossegue, no capítulo imediatamente posteriôr, com as outras proêzas de D. Fuas, que, à época, pousava com o rei em Coimbra. Por essa altura, os habitantes de Lisbôa escrevem uma missiva a El-Rei Dom Afonso Henriques,  na qual lhe dão a conhecer que a cidade era assolada por uma frota de Mouros, comandada por “Ferneio d·Alphamim”, requerendo os Lisboêtas, por esse motivo, o auxílio régio. El-Rei encarrega Dom Fuas Roupinho de ir a Lisboa,  onde deveria armar uma Esquadra para combater os Muçulmanos, dando,  ao mesmo tempo, instrucções aos habitantes da cidade para que seguissem as ordens do recém-nomeado Almirante. Depois de armada a Esquadra Cristã,  ela segue para o Cabo Espichel, onde encontra as galés Mouras. Trava-se, então, uma batalha naval, de onde saem triunfantes os Cristãos, em Julho de 1218.


Depois de retornar a Lisbôa, Dom Fuas Roupinho escreve ao Monarca Português, comunicando-lhe a sua vontade, coincidente com a dos habitantes de Lisboa, de encetar uma guerra marítima contra os Muçulmanos, pedido ao qual El-Rei prontamente acede. A frota liderada por D. Fuas parte para o Algarve,  onde “coreo a costa”, admitindo o Cronista, neste ponto, não têr encontrado fontes escritas que fornecessem quaisquer pormenores sobre esta operação militar. De seguida, a Esquadra Portuguêsa ataca Cêuta, de onde traz grande espólio para Lisbôa. Inebriados pelas victórias alcançadas, Dom Fuas Roupinho e os seus homens decidem repetir o ataque à cidade Norte-Africana, sendo, no entanto, interceptados no Estreito de Gibraltar por 54 galés Muçulmanas, que derrotam as embarcações Cristãs e trazem a morte do próprio Almirante Português, em 17 de Outubro de 1218. ...



D. FUAS ROUPINHO, HERÓI NACIONAL!



 
D. Fuas Roupinho
Nobre português de bôa Cêpa e seguidôr do nosso Rey Fundadôr, foi também um dos valorosos Cavaleiros da Ordem dos Templários.
O seu nome está fortemente ligado ao processo da reconquista Cristã da Península Hibérica, sôb o comando do Primeiro Rei de Portugal, D. Afonso Henriques que, em reconhecimento pelo seu mérito o nomeou Alcaide-Mor do Castelo de Pôrto-de-Mós,


o qual  foi conquistado aos Moiros por este intrépido guerreiro, no ano de 1148. Foi também o nosso Primeiro Almirante Português e o responsável pela primeira victória da Marinha Portuguêsa, ao largo do Cabo Espichel, contra uma esquadra Muçulmana.
Em 1179, D. Fuas Roupinho, entra pelo Guadalquivir com a Esquadra Portuguêsa e ataca os Mouros perto de Sevilha, mais própriamente em Triana, nôme que se conserva até aos dias de hôje.
Em represália a êste assalto, os Mouros saqueiam os arrabaldes de Lisbôa, despoletando mais uma retaliação de D. Fuas Roupinho, desta feita sôbre a ilha de Saltes... 


Mas a moirama não desiste e tenta conquistar Pôrto-de-Mós, sendo no entanto derrotados, aprisionados e levados por D. Fuas Roupinho em triunfal cortejo até á presença D'El-Rey Dom Afonso Henriques em Coimbra onde se encontrava com a sua Côrte.







Em 1180, D. Fuas lidera uma frota armada em Lisboa, derrota 9 galés Almóadas ao largo do Cabo Espichel. No ano seguinte, o Almirante e a sua esquadra, que à época já contaria com cerca de 40 navios, assolam não sómente as Costas Algarvias, ainda em podêr dos Mouros como se sabe, mas também praças importantes do Norte de África como é o caso de Ceuta.
Anos mais tarde e num destes ataques,a esquadra Olisiponense é interceptada por uma frota Almóada de 54 navios,que derrotam os portuguêses, (não se pode ganhar sempre..) afundando 20 das suas embarcações e numa delas, perece o glorioso D.Fuas Roupinho.


« ... É, Dom Fuas Roupinho, que na terra
E no mar resplandece juntamente,
Com o fôgo que acendeu junto da Serra
De Abila, nas galés da Maura gente.
Olha como, em tão justa e santa guerra,
De acabar pelejando está contente:
Das mãos dos Mouros entra a feliz alma,

Triunfando, nos Céus, com justa palma. ... »

( in Os Lusíadas, Estrofe 17 do Canto VIII



D. FUAS ROUPINHO E O MILAGRE DA NAZARÉ


O velho rei ergue a cabêça e olha. Olha e pensa. Pensa e revolta-se. Não se conforma com o estar ali, quêdo e aborrecido, enquanto o seu filho Sancho anda correndo aventuras e perigos no Alentejo e no Algarve.E também enquanto o seu fiel D. Fuas Roupinho se bate, decerto como o valente que sempre é, em Porto-de-Mós, defrontando um inimigo muito superiôr em número e em fôrças...

El-Rey Dom Afonso Henriques

Não, não está certo! D. Afonso Henriques, o já velho monarca que lançara as raízes do Reyno de Portugal, não pode escondêr a sua impaciência.

Estamos no ano de 1180. Mais ou mênos a meio do ano. Ficara combinado que El-Rey não saísse de Coimbra sem que chegassem notícias de Porto-de-Mós, ou algum mensageiro dos campos do Alentejo e do Algarve, por onde D. Sancho passeava a sua 
ânsea de conquista. 

 

 Mas para D. Afonso Henriques essa espera é demasiado longa. Para entretêr a sua impaciência, percorre a largos passos as câmaras da Alcáçova de Coimbra, que já caíra em seu podêr.

Assoma a uma das janelas  e exclama:
— Porém, que posso eu fazêr... senão esperar?

Que Dêus se amerceie do meu bom Fuas Roupinho e que ele volte depressa à minha presença!

O Rei de Portugal retoma o seu passeio. Agitado e inquieto, não é homem para estar parado. Não é homem para aguardar serenamente os acontecimentos.

 

El-Rey, impaciente, na Alcáçova, aguarda novas...

De súbito, um clamôr inesperado corre pelas ruas, espalha-se pela cidade e acaba invadindo o próprio Paço.

 Os sentidos do velho Monarca ficam alerta. Será um nôvo ataque dos Mouros?

A resposta não tarda a chegar, com o clamôr alegre do pôvo. Clamôr que sobe pela Couraça de Coimbra e que se precipita irresistívelmente ao encontro do velho rei.


Coimbra Medieval sec.XI a XIV

E com o clamôr vem D. Fuas Roupinho, Alcaide de Pôrto-de-Mós, trazendo atrás de si um rebanho de Moiros, prisioneiros e taciturnos.


— Bravo D. Fuas... Cheguei a recear por vós.

As palavras d’El-Rey são sinceras, e nelas se misturam a admiração e a amizade.

D. Fuas ajoelha respeitosamente aos pés do Rei. Depois ergue-se e diz:

— Senhôr, a minha carne pode sêr já velha, mas a Moirama ainda não arranjou lanças capazes de me matar... 

D. Afonso Henriques sorri.


— Sois sempre o mêsmo, D. Fuas! Nem os anos nem as canseiras conseguem quebrantar a vossa alma de Guerreiro.

D. Fuas sorri também, ao respondêr:
— Aprendi convôsco, Senhôr! Com tal mestre, pêna seria que eu saísse mau discípulo...


Foi a vez de se rirem ambos. Sentando-se, e convidando D. Fuas a sentar-se, o Rei de Portugal pede a D. Fuas que lhe conte tudo quanto se passara.

Em breves e simples palavras, D. Fuas Roupinho conta essa grande aventura.
Em certo momento, talvez porque ousara infiltrar-se demasiadamente no campo inimigo, vira-se cercado por fôrças muito superiôres às suas.
Reflectira um pouco. Desafiar o inimigo à luz do dia, seria imprudência. Valia mais esperar pela noite...

Assim, quando a noite chegou, arrastados por D. Fuas, os Portuguêses, poucos embora, num desses lances temerários muito naturais na nossa gente, actos em que a Audácia esmaga o número, caíram de surprêsa sobre os Mouros, dominando-os por completo...
D. Afonso Henriques escuta-o em silêncio, mas os olhos d’El-Rey brilham de contentamento.
D. Fuas Roupinho manda então que ali mêsmo amontoem aos pés do Rei de Portugal as armas, as bandeiras e os tesouros que a sua bravura e a dos seus homens tinham sabido conquistar.

Depois, manda que tragam também, pálido e desalentado, o próprio rei mouro Gamir, comandante do exército inimigo.
— Senhôr meu rei... aqui tendes igualmente aos vossos pés, Gamir, rei infiel de Mérida, o qual ousou desafiar o vosso podêr… 
agora, é um vosso prisioneiro.

O rei Mouro deu um passo em frente.
— Tu... tu é que és êsse Iben Erik de que tanto se fala?...

Faz-se mais pálido. A sua voz transforma-se num murmúrio.
— Agora compreendo!... com um chefe como tu... com cavaleiros como os teus... nada mais poderemos fazêr...
que Alá nos proteja!... vamos perdêr todas as nossas terras... todos os nossos tesouros!...e sem fôrças para mais, Gamir cai redondo no chão, enquanto que um grito aflitivo ecôa pela sala.

— Pai!... meu querido pai!...

Soldados adiantam-se para separar a jovem que se abraçou ao velho rei Mouro, chorando convulsivamente. Mas D. Afonso Henriques suspende-os com um gesto. E logo ali ordena que sejam retiradas as correntes que manietam os dois vencidos, e que passem a ser tratados como verdadeiros Cristãos, entregues à guarda de D. Fuas Roupinho.


Entretanto o tempo vai passando, e D. Fuas Roupinho recebe novos encargos do seu rei e senhôr. Assim, por incumbência dêle, dirige-se a Lisbôa, onde apronta uma frota destinada a perseguir as galés Sarracênas que infestam a Costa Portuguêsa.

Foral de Lisboa conferido por Dom Afonso Henriques em 1179

Pela primeira vez na História, os Portuguêses saem a lutar sôbre as ondas do oceano. E embora ainda sem grande experiência, conseguem vencêr declaradamente os Mouros, sem dúvida muito mais experimentados em batalhas marítimas, travadas ao longo da costa Africana.

Foi esta a primeira grande victória naval dos Portuguêses. Animados pelo próprio triunfo, atrevem-se a ir mais longe. Sempre sôb o comando do intrépido D. Fuas Roupinho, Primeiro Almirante de Portugal, avançam até às águas de Ceuta, depois de têrem percorrido triunfalmente toda a costa do Sul.


E de Ceuta voltam, trazendo apresadas inúmeras embarcações Mouras.

A Côrte Portuguêsa veste-se de Gala para acolhêr D. Fuas Roupinho e os seus homens.

Mapa das campanhas Portuguêsas e Almóadas por mar e terra entre 1169 e 1189


E-Rey Dom Afonso abraça o Almirante victorioso e diz-lhe:
— Ide para Porto-de-Mós, D. Fuas. Caçai e folgai a vosso gôsto, que bem ganhasteis o direito a descansar dos trabalhos da guerra.



Sem mostrar alegria nem tristeza, D. Fuas limita-se a dizêr:
— Cumpro sempre as vossas ordens, sejam elas quais forem, Senhôr!

Reza a tradição que, no dia seguinte, D. Fuas se encaminhou para Porto-de-Mós,  onde  de nôvo se encontrou com a jovem Princêsa Moura, que chorava a morte do seu pai.

Mal vê o Alcaide, corre para êle.
— Senhôr, senhôr, nem sei como agradecêr-vos... o senhôr meu pai pediu-me que o fizesse, mal vos visse...

Fosteis tão bom para êle e para mim!


D. Fuas Roupinho não consegue esconder a emoção.
— Graças, princêsa. E conformai-vos com paciência. Foi Dêus que assim o Quis! 
Ela ergue para êle os olhos, vermelhos de tanto chorar.

— Dêus?... dissesteis Dêus?...

E logo, num desabafo íntimo, acrescenta:
— Gostaria de conhecêr o vosso Dêus... e muito em especial a Mãe dêsse Dêus, que dizem ser tão Bom e tão Generôso...



De novo, a emoção passa pelos olhos de D. Fuas Roupinho. As suas mãos acariciam os longos e nêgros cabêlos da jovem Princêsa Moura. E promete:

— Amanhã mêsmo te levarei a vêr a Sua Imagem... uma imagem que eu venero!

Cumprindo o prometido, manhã cedinho, D. Fuas Roupinho leva consigo a jovem Princêsa Moura e vai mostrar-lhe a imagem de Nossa Senhôra, entre duas rochas, na Nazaré. Pela primeira vez na sua vida, a filha do rei Gamir cai de joelhos diante de uma imagem cristã.

— É linda a Vossa Senhôra... Muito linda!




E D. Fuas Roupinho conta-lhe então, dôcemente, a História Maravilhosa daquela imagem. Um monge grêgo fugira com ela para Belém na Palestina, dando-a a São Jerónimo. 

Êste, por sua vez, mandara-a a Santo Agostinho. 

E Santo Agostinho entregara-a ao Mosteiro de Cauliniana, a uns doze quilómetros de Mérida.

Aí, puseram à imagem o nome de Nossa Senhôra da Nazaré, por ela ter vindo da própria terra natal da Virgem Maria.
Quando os Mouros derrotaram os Cristãos, obrigando o rei Rodrigo a fugir para Mérida, Rodrigo levou consigo a preciosa imagem.

Mas nem mesmo assim se sentiu absolutamente seguro. 

E resolveu fugir de nôvo, agora na companhia do abade Frei Romano, possuidor duma preciosa caixa de relíquias que pertencêra a Santo Agostinho.

Após uma aventura dramática, quase mortos, os dois homens chegaram ao sítio da Pederneira, na costa do Atlântico em Portugal.

Então, resolveram separar-se. Rodrigo ficou no monte que se chama de São Bartolomeu e Frei Romano foi viver para o monte fronteiro.

Combinaram, porém, corresponder-se por meio de fogueiras, que acendiam à noite. Mas, certa noite, a fogueira de Frei Romano não se acendeu. Não mais se acenderia!
Rodrigo acudiu inquieto, e foi encontrá-lo môrto. Apavorado, escondeu a imagem e a caixa de relíquias numa lapa, e abalou dali em passo acelerado...


Segundo conta ainda a tradição, veio a morrêr perto de Viseu, num sítio denominado Fetal...

Concluindo a sua história, D. Fuas Roupinho acrescentou, olhando a imagem:
— Só há bem pouco tempo é que  alguns pastôres a descobriram, e eu logo me tornei num dos seus maiores devotos. Venero-A com tôdas as fôrças da minha alma.


A jovem princêsa parecia alheada e distante… de olhos fitos na imagem, repete como que em oração: — É linda, a Senhôra!... É linda, a Senhôra!...

D. Fuas afaga-lhe a cabeça e diz-lhe meigamente:
— Olha, minha filha,  podes ficar aqui a adorá-La o tempo que quiseres. Eu vou caçar. Depois, voltarei a buscar-te. 

E é então que se passa algo de extraordinário.
D. Fuas Roupinho monta e galopa pelo campo, quando vê de repente passar junto de si um vulto nêgro e estranho... É um veado! — pensa ele... Um veado, com certeza!

Sente-se feliz. Não poderia começar melhor a sua caçada. Para mais, um veado como nunca vira em tôda a sua vida. Esporeia mais o cavalo. Não pode perder prêsa de tanto valôr...

Como que  em desafio, o veado torna a passar junto dêle. Uma vêz. 

Duas vêzes. 


D. Fuas enche-se de  brios. Como é que  um herói como êle, um homem habituado aos combates mais árduos, vai perdêr uma tão formidável peça de caça? Nem pensar. Haveria de apanhar o veado, custasse o que custasse. Esporeia o cavalo até fazer sangue e aproxima-se da prêsa. Já falta pouco. Está quase a alcançá-lo...

De lança em riste, já canta vitória...

Mas, de repente, vê a terra desaparecêr sôb as patas do cavalo... Está à beira dum precipício, a pique sobre o Mar!...



Um brado aflitivo sai-lhe da garganta, o cavalo empina-se, relinchando desesperadamente, enquanto que  o veado se some no espaço, desfazendo-se como fumo…

— Virgem Santíssima, valei-me! Valei-me, minha Nossa Senhora da Nazaré!

Por um instante que parecia eterno, cavalo e cavaleiro lutam sôbre o abismo. Mas a Virgem, que  Ouvira o apêlo angustiado de D. Fuas Roupinho, Salva-o , e o Milagre Acontece! Nas rochas, ficam marcadas as patas traseiras do cavalo, sinais que ainda hoje ali se podem vêr.


D. Fuas corre ao local onde deixara a jovem princêsa junto da imagem de Nossa Senhôra.Encolhida a um canto, trémula, o rosto banhado em lágrimas, ela mostra-se aliviada ao vê-lo regressar.

— Oh, senhor, tive tanto medo!... Ainda bem que voltasteis!... Passou por aqui um animal medonho... Parecia o Génio do Mal! — Bem sei... Bem o vi...

E sem mais nem aquelas, o cavaleiro desmonta e ajoelha, rezando fervorosamente, a agradecêr à Virgem o auxílio Milagrôso que lhe prestara.

De que lhe serviria, afinal, ser um herói como era, se não tivesse ao seu lado a Protegê-lo a presença milagrosa de Nossa Senhôra da Nazaré?

 

Êsse, sim, foi o maior de tôdos os prodígios!

E enquanto se erguia, respirando fundo, como que a afastar os últimos temôres, D. Fuas confessa serênamente:
— Sim, jovem princêsa… o monstro que passou por aqui, transformado em veado, era o próprio Demónio...
 

Estive prestes a morrêr na sua armadilha, mas a Nossa Senhôra Salvou-me!
E, com súbito entusiasmo, acrescenta: — Hei-de levar esta imagem para o local do Milagre, para o sítio onde tudo aconteceu... 
Lá ficará, pelos séculos fora, como símbolo do misericordiôso Podêr da Virgem!  E logo dali sai a cumprir a promessa.

 


Às ordens de D. Fuas Roupinho — e, segundo se diz, ajudando-os com as suas próprias mãos — pedreiros de Leiria e de Porto-de-Mós constroem a Capela da Virgem num sítio chamado da Memória, em memória de tão extraordinário milagre que salvara o Almirante Português de morte certa e brutal. E assim foi.

 

A imagem da Virgem Nossa Senhora da Nazaré continua até ao dia de hôje a invocar O Milagre da Nossa Senhôra da Nazaré, e a atrair  tôdos os anos, milhares e milhares de Cristãos de tôdo o Mundo, por ocasião das afamadas e tradicionais festas da Vila da Nazaré.



Notas:

(1) Com que Direito?E qual a lógica?

(2) Com o Falso pretexto duma Inexistente, altamente bem organizada Farsa Pandémica, uma Palhaçada que está a Destruir muitas vidas, não só em Portugal como em tôdo o Ocidente.

(3) Obedecendo a ordens vindas do estrangeiro, dadas pela Maçonaria Globalista-Sionista,
aliada da Maçonaria eclesiástica do  Vaticano.



~ Cruz e Ferro - São Frei Nuno de Santa Maria ~ ~ No Tempo em Que A Igreja Católica Em Portugal, Era A Igreja Cristã de Portugal ~

A pátria não se discute, nem se condiciona a acordos e juramentos; está acima dos direitos dos homens. Se for necessário mudam-se as const...