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11/03/2015

O Mar ...




 

« Pôrto calmo de Abrigo,
De um Futuro Maior,
Ainda não está perdido 
No presente temôr. 

Não faz muito sentido,
Já não esperar o melhor,
Vem da névoa saindo,
A promessa anterior .

Quando avistei,
 Ao longe o mar,
Ali fiquei 
Parada a olhar.

 Sim, eu canto a vontade,
 Canto o teu despertar,
 E abraçando a saudade 
Canto o tempo a passar .

Quando avistei,
Ao longe o mar,
Ali fiquei,
Parada a olhar.

Quando avistei,
Ao longe o mar,
 Sem querer , deixei-me 
Ali ficar. »


«Dom João II e a Obra das Descobertas»
Pintura do grande mestre Carlos Alberto Santos



O esforço é grande e o homem é pequeno

Eu, Diogo Cão, navegador, deixei

este padrão ao pé do areal moreno

e para deante naveguei.

 

A alma é divina e a obra é imperfeita.

Este padrão signala ao vento e aos céus

Que, da obra ousada, é minha a parte feita:

O por fazer é só com Deus.

 

E ao immenso e possível oceano

Ensinam estas quinas, que aqui vês,

Que o mar com fim será grego ou romano:

O mar sem fim é portuguez.

 

E a Cruz ao alto diz que o que me há na alma

E faz a febre em mim de navegar

Só encontrará de Deus na eterna calma

O porto sempre por achar.
(in Mensagem 
de Fernando Pessôa)




 (CRÉDITOS) 
 O Mar dos Madredeus 






Portuguêses Do Fim Levantai Portugal

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