Portugal
“Portugal, volta ao Mar, aos Teus navios.
Portugal volta ao Homem, ao Marinheiro, volta à Tua terra, à Tua Fragrância, à Tua Razão,
Livre ao vento, de Nôvo… à Luz Matutina do Cravo e da Espuma.
Mostra-nos o Teu Tesouro, os Teus homens, as Tuas mulheres, não mais escondas o Teu
Rôsto de Embarcação Valente a Vogar pelos Horizontes do Oceano.
Portugal, Navegante, Descobridôr de lhas, inventôr de pimentas, Descobre o Homem Nôvo,
as Ilhas Assombradas, Descobre o Arquipélago do Tempo.
A súbita Aparição do Pão sôbre a Mêsa, a Aurora, Tu, Descobre-A, Ó Descobridôr de
Auroras...
Como é que Podes deixar-Te ficar assim?
Como é que podes negar-Te ao Ciclo da Luz, Tu que Mostraste caminhos aos Cegos?
Tu, Dôce, Férreo, Velho, Estreito e Amplo Pai do Horizonte, como é que Podes fechar a Porta
ao Vento com Estrêlas do Oriente?
Ó Proa da Europa, Procura na correntêza as Ondas Ancestrais, a Marítima Barba de
Camões.
Rompe as teias-de-aranha que cobrem a Tua Fragrante Toalha de Verdura e então, a nós
outros, filhos dos teus filhos, aquêles para quem Descobriste a Areia até então escura da
deslumbrante Geografia, Mostra-nos que Podes Atravessar de nôvo o Nôvo Mar Escuro e
Descobrir o Homem que Nasceu nas maiores Ihas da Terra.
Levanta a Tua Estatura de Prôa e por entre as ilhas e os homens, Volta a Sêr Caminho.
A esta idade Agrega a Tua Luz, Volta a Sêr Lanterna e Aprenderás de Nôvo a Sêr Estrêla”.
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