108 Portugueses contra 3400 Mouros em campo aberto.
Expedição á Etiópia, anos de 1541 a 1543.
“Esta victória causou grande espanto em toda a região. “
Partida de Lisbôa para o Brasil, Índias Orientais
e Américas por Theodore de Bry
Esta é uma das mais emblemáticas cruzadas portuguesas do século XVI, onde um pequeno grupo de centenas de portugueses, a maior parte deles espingardeiros, liderados pelo grande Cristóvão da Gama, acudiram o Reino do Preste João na Etiópia em África, sempre ameaçado pelos seus vizinhos muçulmanos apoiados pelo Império Otomano.
Esta cruzada foi a pedido da própria Etiópia, que requisitou ajuda aos portugueses contra as sucessivas invasões mouras.
Portugal respondeu, navegando com 400 soldados. A supremacia das forças muçulmanas na área era clara, pois até à chegada dos lusos, ainda não tinham perdido uma única batalha.
Esta publicação fala-nos dum dos confrontos que se deram durante estes dois anos de cruzada em África.
Portugal respondeu, navegando com 400 soldados. A supremacia das forças muçulmanas na área era clara, pois até à chegada dos lusos, ainda não tinham perdido uma única batalha.
Esta publicação fala-nos dum dos confrontos que se deram durante estes dois anos de cruzada em África.
Cristóvão da Gama, filho do emblemático Vasco da Gama, era o capitão-mor do exército português.
Com apenas 25 anos adquiriu grande fama na Índia pelos seus sucessos militares.
Os portugueses começaram a acumular vitórias na área, alimentando a ideia de que eram invencíveis.
Durante a cruzada, o capitão-mor decidiu, com apenas cem arcabuzeiros e oito cavaleiros, conquistar um ponto estratégico montanhoso, protegido por 3400 mouros.
O combate é bem descrito pelo cronista:
“Apesar de pouco numerosos, a investida dos cavalleiros portugueses na frente foy fulminante. Christóvam da Gama carregou na direcção do líder inimigo que se chamava Cide Amede & logo o trespassou com a lança; seguindo o seu exemplo, os restantes cavalleiros portugueses também derrubaram os seus cõ quem se encontraram, de forma que rapidamente puseram em fuga os restantes inimigos. Atrás deles, os de pé eram já juntos &, depois de desferirem uma violenta carga de fuzilaria com os seus arcabuzes investiram sobre as linhas inimigas, matando & derrubando em os mouros.
Os muçulmanos como viram o seu capitam morto & que não tinham de quem haver vergonha nem quem os mandasse, puseram-se de fugida, sendo chacinados impiedosamente, de maneira que escaparam muyto poucos.
Os portugueses não sofreram qualquer baixa, o que confirmará a violência do combate.”
Mas na batalha seguinte, os portugueses não teriam a mesma sorte, sofrendo a sua primeira derrota, morrendo nela o próprio Cristóvão da Gama, tendo sido feito prisioneiro e decapitado, por se ter recusado a converter ao Islão.
Como resultado, a sua morte foi vingada, e a cruzada um sucesso.
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