Pesquisar neste blogue

20/03/2011

A minha Homenagem do Coração ao Saudôso João de Dêus

Preito de Gratidão a João de Deus


As linhas que se seguem, mal alinhavadas, não pretendem mais do que prestar homenagem, muito simples, ao Homem que concebeu o meu primeiro livro – A Cartilha Maternal.
***
João de Deus Nogueira Ramos nasceu a 8 de Março de 1830 em São Bartolomeu de Messines. Foi o 8º de 12 filhos do casal Pedro José Ramos e Isabel Gertrudes Martins. Embora os pais fossem comerciantes humildes preocuparam-se com a educação dos filhos Foi assim que durante a sua infância estudou com o pároco da sua aldeia e mais tarde foi para o seminário onde estudou matemática, latim, português... preparando-se com conhecimentos sólidos para o seu futuro. Porém João de Deus não queria seguir a via sacerdotal.
 Por vezes os padres chamavam-no à atenção porque ele não se vestia de modo digno para entrar na igreja, porque não levava um fato domingueiro.
Mas ele acreditava que “o hábito não faz o monge”.
Aos 19 anos decidiu sair do seminário e matriculou-se em Direito na Universidade de Coimbra.
Enquanto estudante surgiu-lhe o fascínio pelo desenho à pena, interesse que o acompanhou toda a vida. Fazia especialmente retratos de pessoas que lhe vinham à memória. Desenhava em qualquer pedaço de papel, num canto de jornal... Humilde e afável, rapidamente captou o afecto dos que o rodeavam. Era um conversador maravilhoso, amante das tertúlias, era admirado pelos colegas e conhecido por todos por o “João”.
Em 1859 termina o curso e decide permanecer em Coimbra, colaborando com diversos jornais traduzindo obras do francês para o português. As suas poesias ganharam fama entre o meio académico.
O seu carácter era tão dócil que falava de igual modo tanto a um homem simples como a um homem importante.
A sua fama era tal, que passou a assinar tudo o que escrevia, unicamente por “João de Deus”, o seu nome próprio.
Em 1870 recebeu um convite do senhor Rovere da Casa Rolland para criar um método de leitura adaptado à língua portuguesa e inicia desde logo esse seu novo projecto a que chamará mais tarde Cartilha Maternal ou Arte de Leitura.
Em 1876 escreveu “A Palavra escrita”, uma reflexão sobre os efeitos da fala e da escrita na civilização e concluiu o seu trabalho sobre o método de leitura publicando a Cartilha Maternal. Porém, ela não foi publicada pela Casa Rolland como inicialmente lhe tinha sido proposto porque a editora faliu, mas foi publicada por um amigo seu, o Abade de Arcozelo que tinha uma tipografia.
Ele dedicou essa obra às mães e escreveu :
(...) Às mães, que do coração professam a religião da adorável inocência, e até por instinto sabem que em cérebros tão tenros e mimosos todo o cansaço e violência pode deixar vestígios indeléveis, oferecemos, neste sistema profundamente prático, o meio de evitar a seus filhos o flagelo da cartilha tradicional. (...)
Foi assim que eu comecei a aprender a ler, com a minha Mãe, que também tinha aprendido a ler na mesma Cartilha.
Para quem já não se lembra, deixo aqui uma imagem que ainda hoje me faz humedecer os olhos:
  
 
Para quem quiser folhear a Cartilha, hoje, pode vê-la na sua totalidade através do link
   
Um abraço amigo
Alfredo Formiga
  




As linhas que se seguem, mal alinhavadas, não pretendem mais do que prestar homenagem, muito simples, ao Homem que concebeu o meu primeiro livro – A Cartilha Maternal.

***

João de Deus Nogueira Ramos nasceu a 8 de Março de 1830 em São Bartolomeu de Messines. Foi o 8º de 12 filhos do casal Pedro José Ramos e Isabel Gertrudes Martins. Embora os pais fossem comerciantes humildes preocuparam-se com a educação dos filhos Foi assim que durante a sua infância estudou com o pároco da sua aldeia e mais tarde foi para o seminário onde estudou matemática, latim, português... preparando-se com conhecimentos sólidos para o seu futuro. Porém João de Deus não queria seguir a via sacerdotal.

Por vezes os padres chamavam-no à atenção porque ele não se vestia de modo digno para entrar na igreja, porque não levava um fato domingueiro.

Mas ele acreditava que “o hábito não faz o monge”.

Aos 19 anos decidiu sair do seminário e matriculou-se em Direito na Universidade de Coimbra.

Enquanto estudante surgiu-lhe o fascínio pelo desenho à pena, interesse que o acompanhou toda a vida. Fazia especialmente retratos de pessoas que lhe vinham à memória. Desenhava em qualquer pedaço de papel, num canto de jornal... Humilde e afável, rapidamente captou o afecto dos que o rodeavam. Era um conversador maravilhoso, amante das tertúlias, era admirado pelos colegas e conhecido por todos por o “João”.

Em 1859 termina o curso e decide permanecer em Coimbra, colaborando com diversos jornais traduzindo obras do francês para o português. As suas poesias ganharam fama entre o meio académico.

O seu carácter era tão dócil que falava de igual modo tanto a um homem simples como a um homem importante.
A sua fama era tal, que passou a assinar tudo o que escrevia, unicamente por “João de Deus”, o seu nome próprio.

Em 1870 recebeu um convite do senhor Rovere da Casa Rolland para criar um método de leitura adaptado à língua portuguesa e inicia desde logo esse seu novo projecto a que chamará mais tarde Cartilha Maternal ou Arte de Leitura.

Em 1876 escreveu “A Palavra escrita”, uma reflexão sobre os efeitos da fala e da escrita na civilização e concluiu o seu trabalho sobre o método de leitura publicando a Cartilha Maternal. Porém, ela não foi publicada pela Casa Rolland como inicialmente lhe tinha sido proposto porque a editora faliu, mas foi publicada por um amigo seu, o Abade de Arcozelo que tinha uma tipografia.

Ele dedicou essa obra às mães e escreveu :

(...) Às mães, que do coração professam a religião da adorável inocência, e até por instinto sabem que em cérebros tão tenros e mimosos todo o cansaço e violência pode deixar vestígios indeléveis, oferecemos, neste sistema profundamente prático, o meio de evitar a seus filhos o flagelo da cartilha tradicional. (...)

Foi assim que eu comecei a aprender a ler, com a minha Mãe, que também tinha aprendido a ler na mesma Cartilha.

Para quem já não se lembra, deixo aqui uma imagem que ainda hoje me faz humedecer os olhos:





Para quem quiser folhear a Cartilha, hoje, pode vê-la na sua totalidade através do link

http://purl.pt/145/1/P2.html



Um abraço amigo

Alfredo Formiga

(blogue activo: http://sol.sapo.pt/blogs/void2/default.aspx)

Sem comentários:

Enviar um comentário

~ Cruz e Ferro - São Frei Nuno de Santa Maria ~ ~ No Tempo em Que A Igreja Católica Em Portugal, Era A Igreja Cristã de Portugal ~

A pátria não se discute, nem se condiciona a acordos e juramentos; está acima dos direitos dos homens. Se for necessário mudam-se as const...